Arlindo Machado pensa televisão de uma maneira completamente diferente da que costumamos observar. Ele lhe atribui um novo sentido e nos propõe assisti-la de outra maneira.
O que usualmente é dito pelos estudiosos da mídia é uma visão negativa, apocalíptica. A crítica volta-se para o pior da TV e assim, nos faz crer que ela não possui programas de qualidade, importância social e debates de idéias. Apesar da mercantilização da cultura que é veiculada, é importante esclarecer que essa banalização atinge todos os meios de expressão do homem. Essa separação do “bom e do ruim” já é feita pela crítica em relação ao cinema, teatro, à pintura, mas quanto à TV não é seguida.
A nova análise que nos propõe Arlindo Machado é buscar na TV apenas aquilo que nos interessa. Pensar o que se busca e fazer uma seleção de programas. É o que ocorre, por exemplo, quando vamos a uma locadora alugar um filme. Se a pessoa gosta de filmes românticos ela não vai alugar um filme de bang bang. Nós direcionamos nossa atenção de acordo com nossas preferências. E assim deveria acontecer com a TV. Nossa programação seria sempre boa (para cada um), porque escolheríamos o que assistir.
Pensar a TV de forma diferente nos faz encará-la pelo lado positivo. Mas, na atualidade não funciona assim. Não é o telespectador que escolhe sua programação, ele simplesmente segue a grade veiculada pela emissora. Quem assiste TV costuma ficar preso àquela construção ininterrupta de pensamento que é proposta. Então, acredite: a televisão é o que fazemos dela!
Arlindo Machado é um intelectual de vanguarda. Acredito que a forma como ele pensa só será realidade para a população daqui a uns 20 anos. Essa tendência já é vista na TVs interativas em que o telespectador faz a sua própria programação. Por tudo isso é que é possível assistir e amar a TV.
* análise sobre a palestra "Televisão levada a sério"-prof Arlindo Machado